Promotor da Flórida investiga empresas globais de consultoria ambiental por "coagir" empresas

Miami (EUA), 28 de julho (EFE).- O procurador-geral da Flórida, James Uthmeier, anunciou nesta segunda-feira uma investigação sobre empresas internacionais de consultoria ambiental, que ele chamou de "cartel climático", por supostamente "coagir" empresas em troca da publicação de indicadores favoráveis às empresas.
O Ministério Público emitiu intimações ao CDP (anteriormente conhecido como Climate Disclosure Project), a maior plataforma internacional para medir a transparência corporativa e ações ambientais, e à Science Based Targets Initiative (SBTi), que ajuda as empresas a cumprir o Acordo de Paris.
O governo da Flórida acusou essas organizações de "violar as leis estaduais de proteção ao consumidor ou antitruste ao coagir empresas a divulgar dados proprietários e pagar pelo acesso sob o pretexto de transparência ambiental".
"Ativistas climáticos radicais sequestraram a governança corporativa e a exploraram contra o livre mercado", disse o promotor em um comunicado.
Uthmeier enquadrou a investigação no contexto da luta do governo da Flórida contra os padrões ambientais, sociais e de governança (ESG), que servem para promover a responsabilidade social corporativa.
O CDP é uma organização internacional sem fins lucrativos por meio da qual milhares de empresas publicam seus indicadores ambientais, enquanto o SBTi é uma iniciativa que, desde 2015, ajuda empresas a definir metas para reduzir suas emissões e cumprir o Acordo de Paris.
Mas o promotor da Flórida os acusou de "lucrar" com essa informação.
"A Flórida não ficará de braços cruzados enquanto lobistas internacionais pressionam empresas americanas para financiar seu esquema ESG. Estamos usando todas as ferramentas da lei para impedir que o cartel do clima explore empresas e engane os consumidores", disse Uthmeier.
A investigação examinará as práticas comerciais "enganosas" das organizações, como, por exemplo, se elas venderam serviços para melhorar as classificações ambientais, criaram incentivos para que as corporações pagassem em troca de tratamento favorável ou mentiram sobre a objetividade dos dados.
A Flórida aprovou uma lei que proíbe autoridades de investir dinheiro público para promover objetivos ambientais, sociais e de governança, além de proibir a consideração desses fatores em investimentos — uma das legislações mais agressivas voltadas para metas ESG nos Estados Unidos. EFE
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